quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pra começo de conversa...


Já nas primeiras semanas do ano letivo de 2011, visando fazer uma sondagem de aprendizagem com os alunos provenientes da rede municipal de ensino que formam as nossas turmas de 1º Ano, realizamos uma avaliação diagnóstica de Língua Portuguesa e Matemática, utilizando descritores do 9º Ano. O objetivo dessa avaliação foi fazer um levantamento da situação desses alunos nessas duas disciplinas. Com o resultado sistematizado através de fichas que permitem avaliar a situação de cada aluno individualmente (ver anexos) os professores de Língua Portuguesa e Matemática dos 1º’s Anos puderam identificar quais os descritores críticos de cada turma/aluno e esquematizar intervenções que realmente surtissem efeito positivo. Vale ressaltar que a avaliação também contemplou os alunos do EJA – Ensino Médio, que vêm recebendo esse mesmo acompanhamento.
            Quando recebemos a notícia da sondagem diagnóstica da CREDE vimos a oportunidade de comparar os dados desta com a realizada pela escola e, principalmente, de ver se as intervenções sugeridas e trabalhadas estavam tendo bons resultados, visto que muitos dos descritores presentes na avaliação da CREDE também estavam na nossa. O caminho para trabalhar esses resultados começou pela análise dos professores das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática e também pelos alunos, que tiveram a oportunidade de refazer a prova e identificar o que erraram e porque. Os professores realizaram a correção em sala e levaram gabaritos em branco para que isso ocorresse. A comparação dos resultados nos mostrou que estamos no caminho certo.
            Tendo conhecimento da divulgação do resultado do SPAECE por escola, buscamos, imediatamente, nos apropriar desses resultados e socializá-los com nossos professores e alunos. Com os alunos, em especial, tivemos o cuidado de explicar o que significam aqueles números para a escola e o que significam em relação à aprendizagem deles. Com os professores, a hora era de avaliar o que foi feito de bom no ano que se passou e que nos fez subir nos resultados, ver o que valia a pena continuar fazendo, o que precisava ser melhorado e o que fazer de novidade. Uma das ideias acertadas foi que as avaliações seriam elaboradas considerando os descritores do SPAECE. Assim foram realizadas as avaliações do 1º Período e serão dessa forma as dos períodos que se seguem.
            Considerando o plano anual planejado e redigido por cada professor na semana pedagógica, foi criada a 1ª Semana do SPAECE, que funcionou em fase experimental na semana de 09 a 13 de maio deste ano, e que acontecerá uma vez a cada mês até o final do ano letivo. A ideia era que cada professor, durante essa semana, sem fugir do conteúdo ministrado em sala, realizasse atividades voltadas para os descritores que poderiam ser trabalhados em suas disciplinas. Na avaliação da semana nos encontros por área os professores discutiram as dificuldades encontradas e as estratégias que utilizaram, visto que as aulas dessa semana foram diferenciadas. Por exemplo, para a aula prática de Educação Física os professores dessa disciplina elaboraram uma corrida de revezamento onde os alunos tiveram que responder itens de matemática, as professoras de filosofia elaboraram itens a partir de um dos textos que estavam trabalhando na disciplina, e assim, cada professor, sempre contando com auxilio e a orientação da coordenação, PCA’s e os colegas de Matemática e Língua Portuguesa, elaboraram e executaram suas aulas. Ainda com o resultado do SPAECE pudemos realizar um paralelo entre o resultado da escola e o do município, como já foi dito nesse relatório, temos uma boa parcela de estudantes provenientes da rede municipal de ensino. Os diagnósticos realizados até aqui nos mostram certa distância entre o resultado oficial do SPAECE e a realidade que encontramos em sala de aula com esses alunos, um pouco diferente do que mostram os números.
            Diagnosticados os problemas das turmas de 1º ano, pedimos que os professores de Língua Portuguesa e Matemática dessas turmas e também das turmas de 2º e 3º ano identificassem em suas turmas os alunos que estão precisando de um acompanhamento individualizado. Pedimos que considerassem não só o resultado dos diagnósticos, no caso dos 1ºs anos, e não só a nota das avaliações do 1º Período, no caso das demais turmas que não passaram pelo diagnóstico, mas também o desempenho de cada aluno em sala de aula. Os professores também identificaram aqueles alunos que têm capacidade de fazer um trabalho de monitoria. O pedido de fazer esse levantamento parte do projeto de realizar oficinas de Língua Portuguesa e Matemática com esses alunos até o final do ano. Enquanto os professores identificavam os alunos, o Núcleo Gestor juntamente com os PCA’s das referidas disciplinas, multimeios e professores do laboratório de ciências reuniram-se para a elaboração de horários alternativos para que as oficinas possam acontecer, respeitando o tempo livre dos alunos e também as outras atribuições de cada membro citado, visto que serão eles os responsáveis por ministrar essas aulas. Com os alunos identificados, convocamos os pais para uma reunião onde apresentamos o projeto da oficina, os professores que irão ministrá-las e também os horários alternativos para que eles pudessem apontar onde os filhos se encaixam melhor. Mostramos uma reportagem exibida no dia 28 de abril no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, que fala sobre o papel da família no processo de aprendizagem dos filhos.  Apresentamos ainda a listagem completa dos alunos para que os pais tomassem conhecimento da situação dos filhos, pois alguns aparecem nas listas das duas oficinas. As reuniões foram realizadas em dois dias da seguinte forma:


Quinta-feira
26/05/2011
Sexta-feira
27/05/2011
Manhã
Pais e alunos – 2ºs e 3ºs Anos
Pais e alunos – 1ºs Anos
Tarde
Pais e alunos – 2ºs e 3ºs Anos
Pais e alunos – 1ºs Anos

Alguns pais se pronunciaram nas reuniões parabenizando a escola pela iniciativa e também agradecendo pela oportunidade dos filhos participarem das oficinas, além de sugerirem mecanismos que acreditam que podem ajudar a melhorar o desempenho dos filhos, como uma mãe que sugeriu, por exemplo, que seja estipulado um horário no contraturno para que os alunos utilizem obrigatoriamente o centro de multimeios para estudar. Na realidade, a sala está disponível e aberta aos alunos em qualquer um dos turnos e eles têm total liberdade para utilizá-la. É importante dizer que alguns alunos participarão das oficinas, espontaneamente, para melhorar seus conhecimentos em Português ou Matemática ou para auxiliar os colegas, no caso dos alunos com melhor desempenho. Todos os pais presentes assinaram termo de compromisso, garantindo à escola que enviarão os filhos para participar das aulas e que farão acompanhamento em casa. Após conversar com os pais, chamamos os alunos e abrimos uma discussão a respeito do compromisso que cada um deve ter com a sua aprendizagem a partir do vídeo do texto “Tudo depende de mim” de Charles Chaplin. Também exibimos a reportagem do Jornal Nacional, também mostrada aos pais, e pedimos que comparassem com o que acontece com cada um deles. Utilizando a velha estratégia de levantar a mão, descobrimos que uma grande parte dos alunos que participarão das oficinas estudam por conta própria e não são cobrados pelos pais. Foram poucos os que levantaram a mão quando perguntamos se os pais ou responsáveis estipulam um horário de estudo obrigatório em casa. Houve uma conversa sobre o horário, visto que alguns dos alunos que participarão das oficinas trabalham ou vivem em comunidades na zona rural onde não tem transporte escolar em determinados horários. Visto o melhor horário para cada um, eles assinaram o mesmo termo de compromisso, “endossado” pelos pais, e receberam uma cópia do horário das oficinas. No planejamento das aulas das oficinas os professores ministrantes se reuniram com os professores de Matemática e Língua Portuguesa com o objetivo de conhecer a situação de cada turma, de modo que possam trabalhar em cima das dificuldades e deficiências destas.



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